Matéria original via Rolling Stone
Quando o Foo Fighters sobe ao palco em qualquer noite, eles apenas têm uma ideia do que vai acontecer. Dave Grohl fará um setlist, mapeando todos os setlists enormes dos shows para incluir músicas de cada um dos álbuns da banda e algumas covers, mas o guitarrista Chris Shiflett disse que isso funciona apenas pelas primeiras duas horas.
“As coisas mudam muito rápido,” ele diz. “Quando chegamos à parte final, Dave começa a cortar, adicionar e rearranjar algumas canções, ou ele fará as coisas em uma ordem diferente. Você precisa se manter no momento o tempo todo. Você não pode ficar lá em cima pensando, em tipo, o serviço de quarto. Isso te mantém atento,” ele ri.
Quando o Foo Fighters começar a nova turnê Norte Americana para o disco Concrete and Gold (2017) nesta semana, a intenção deles é manter os fãs atentos também. O grupo tem estado em turnê para seu nono álbum de estúdio por quase um ano agora, e eles refinaram o novo material. “Antes do disco ser lançado, quando estávamos tocando em vários festivais, fizemos versões bem cruas das canções,” Shiflett explica. “Nos últimos meses, trouxemos algumas backing vocals para as músicas do álbum que têm vários vocais em camadas. Nunca havíamos feito algo assim antes, e soa muito bem.”
Quando Shiflett conversou com a Rolling Stone após um show no Brasil da turnê atual, ele disse que as canções de Concrete and Gold que ele mais gosta de tocar são “Dirty Water,” na qual ele afirma sentir o impacto das backing vocals, e “The Sky Is a Neighborhood”.
[As músicas] evoluíram um pouco nestes meses nos quais as tocamos ao vivo. Tudo está mais solto e mais alto. Ficou mais pesado, também, algumas partes de esticaram, as pausas são mais longas. Adicionamos umas introduções a elas. Tudo mudou.
A banda também tem adicionado algumas canções aqui e ali no setlist, apenas para ver como elas ficam. “Dave costuma gostar de manter o show redondo, mas tocamos algumas músicas diferentes para ver a reação das pessoas,” Shiflett diz. “Nós colocamos ‘Make It Right’ recentemente, uma que não temos tocado tanto. Temos um quartinho das jams no backstage, onde podemos aquecer e ensaiar algo novo uma ou duas vezes para tirar o pó. Tocamos quatro ou cinco canções por noite, eu acho.”
O guitarrista, que tem usado seu pouco tempo livre para trabalhar em um novo disco solo, diz que o grupo aumentou o valor de sua produção desde a última vez que tocaram nos Estados Unidos. Os membros da banda levaram uma plataforma de bateria tão grande para a turnê da América do Sul, que vários produtores não querem os deixar usá-la. “Taylor [Hawkins] fica nessa gigante plataforma que o leva para o alto, perto das luzes, em um ponto [do show],” diz Shiflett. “É a melhor estrutura que já tivemos.”
Tudo isso se soma ao potencial máximo que a banda apresenta no palco — literalmente dando tudo do Foo Fighters. E, de acordo com o guitarrista, o grupo está em sua melhor fase. “É um longo caminho para chegar a tocar quase três horas toda noite,” Shiflett diz. “Estivemos na estrada pelos últimos oito meses, mais ou menos, e sinto que estamos em boa forma. Estamos testando nossos limites, mas ainda não apagamos. As pessoas devem esperar que o dinheiro que elas pagam vale a pena.”
Tradução: Stephanie Hahne
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