Sem terremoto, Foo Fighters abala Auckland em show memorável

A última vez que o Foo Fighters tocou em Auckland, eles causaram um pequeno terremoto – consequência do quão forte aquele show foi. É algo que o repórter que vos escreve pode atestar, com seus tênis engolido e enterrado em algum lugar nas terras ocidentais de Springs. Dessa vez, no Mt Smart Stadium, as condições eram semelhantes enquanto a chuva caia sobre os suados e sedentos.

O primeiro hino com “cervejas no ar” veio depois de quatro minutos, enquanto Dave Grohl se esgoelava no refrão do primeiro single de Sonic Highways, “Something From Nothing”. Depois de 10 minutos, tivemos o primeiro coro em massa, com a multidão agitada cantando a parte mais raivosa de “The Pretender” – “Yeah, who are you?” – de volta para Grohl tão alto que quase afogou o cabeludo. Na marca de 15 minutos, Grohl deu o seu sorriso diabólico, desencadeou seu grunhido novamente e arrancou passarela abaixo enquanto tocava “Breakout”, e a multidão batia cabeça sem parar. E depois de 20 minutos, os fãs começaram a gritar “Fooo Fiiiighteeers”, como fazem nos jogos de futebol, enquanto a banda tocava o hit “My Hero”, com a bateria de Taylor Hawkins parecendo um motor de jato.

Sim, Grohl e seus Foo Fighters mais uma vez foram poderosos e bem sucedidos ontem à noite no Mt Smart Stadium, seu enésimo show por lá que veio para divulgar um de seus álbuns mais maduros, Sonic Highways – um disco que alguns criticaram por não contar com o humor já característico do Foo Fighters. Mas esse não foi o caso ao vivo. Grohl continua a ser um dos melhores frontmen do rock – alguém que pode “rachar” a multidão apenas levantando uma sobrancelha.

Fotos por: Adam Jones / Fiona Goodall / Megan Moss / Instagram

Mas mesmo os Foos não são imunes a tropeços ocasionais, e esse show veio com dois. Como a versão de “Monkey Wrench”, que ficou praticamente irreconhecível após tanta “firula”, enquanto um interlude acústico e uma série estendida de covers se transformaram em uma ligeira queda no meio show. Em um palco menor no meio da pista, os Foos tocaram esses covers – incluindo Kiss, Rush e AC/DC, assim como David Bowie e Queen, com “Under Pressure” – dando tudo de si, mas aquele tempo poderia ser mais bem aproveitado tocando músicas do primeiro álbum da banda, que faz 20 anos neste ano.

A única música tocada deste álbum foi uma “Big Me” mais melosa, que foi dedicada ao motorista do caminhão que sofreu o acidente em Taihape, danificando tanto o equipamento que os Foos foram obrigados a cancelar o show beneficente que fariam na sexta, no Auckland Town Hall.

Grohl mostrou seu bom humor sincero durante “Wheels”, prometendo que o Foo Fighters faria um show no Town Hall se ninguém cantasse o refrão da música – algo impossível para a multidão que não parava de cantar e gritar um segundo. “Eu nunca pedi a um público para não cantar”, brincou Dave.

E os Foos logo voltaram ao trabalho, tocando uma sequência matadora que incluiu “Generator”, “These Days”, “Best Of You”, uma brilhante “All My Life” e, claro, a já costumeira “Everlong”, com excelentes efeitos visuais do palco e trabalho de câmera intimista sendo usados do jeito certo.

Ele provou os Foos realmente ficaram muito bons nessa coisa de rock de estádio, e continuou o que Grohl chamou de “um caso de amor apaixonado” entre o Foo Fighters e a Nova Zelândia – que parece determinado a continuar por muito tempo. Nos vemos no Town Hall da próxima, meninos.

Setlist:

Something From Nothing
The Pretender
Learn to Fly
Breakout
My Hero
Big Me
Congregation
Walk
Cold Day in the Sun
In the Clear
Arlandria
Monkey Wrench
Skin and Bones
Wheels
Times Like These
Detroit Rock City (KISS cover)
Tom Sawyer (Rush cover)
Let There Be Rock (AC/DC cover)
Under Pressure (Queen & David Bowie cover)
All My Life
Generator
Outside
These Days
Best of You
Everlong

Fonte: The New Zealand Herald // Stuff.co.NZ
Tradução e adaptação: Stephanie Hahne