O baixista do Foo Fighters Nate Mendel lançou seu primeiro álbum solo sob o nome Lieutenant U.S. Intitulado If I Kill This Thing We’re All Going to Eat for a Week e lançado pela Dine Alone Records, o baixista montou uma banda repleta de rostos conhecidos para a turnê de promoção: Jorma Vik do The Bronx na bateria, Wargo Christian do Fleet Foxes no baixo e Paul ‘Pablo’ Wilson do Snow Patrol na guitarra, além de produtor do álbum, Toshi Kasai, nos teclados. Assim, com a turnê do Foo Fighters em pleno andamento no momento, por que ele decidiu que agora é o momento certo para fazer um disco solo?
“Eu simplesmente não tinha pensado nisso antes, honestamente”, diz ele no telefone, direto da Austrália. “Eu estava ocupado tocando baixo e apenas estando em uma banda. Eu tenho um pouco de vergonha de mim mesmo por não ter sido mais criativo ou ambicioso no passado. Não que eu estivesse insatisfeito com o que eu estava fazendo, então eu levei um pouco mais de tempo para pensar fora da caixa, fora do que eu estava fazendo. ‘Oh ok… então agora eu sou um músico profissional, isso é o que eu faço!’ Então, talvez isso signifique mais do que estar em uma banda, talvez isso signifique fazer hits ou cantar ou aprender novos instrumentos ou colabor com as pessoas. Eu tive essa epifania de que as coisas poderiam ser mais amplas do que as que eu havia experimentado até aquele ponto”.
Nate Mendel e a capa do álbum If I Kill This Thing We’re All Going to Eat For a Week
Foto por: Joe Scarnici/FilmMagic
O resultado é um disco de rock melódico embebido em harmonias, gravado no próprio estúdio do Foo Fighters, o Studio 606, na Califórnia, e mostra Mendel tomando inspiração lírica em tribulações na sua própria vida pessoal, bem como histórias da história e seus pensamentos sobre o estado do mundo moderno.
“É bem variado”, diz ele. “Eu estava passando por um período de dificuldade em um relacionamento, o que é surpreendentemente banal, mas acabou coincidindo com quando eu estava escrevendo a maior parte das letras para esse álbum. Então, um monte disso sou eu tentando entender aquela porção da minha vida através das letras. Basicamente, o quanto do seu eu você sacrifica quando entra em uma relação de duas pessaos. Então, houve muito disso dentro das letras, e também alguns assuntos aleatórios, seja a Segunda Guerra Mundial ou o que acontece em cidades americanas quando há um excesso de riqueza lá, como em vez de unir as pessoas – que, como o objetivo principal da vida, fazer conexões pessoais – eu acho que é meio irônico que, quando as pessoas tendem a ficarem ricas, a primeira coisa que eles fazem é separar-se de outras pessoas. São vários assuntos por todo o mapa”.
Diary, de 1994, álbum clássico do Sunny Day Real Estate, e Mendel com Jeremi Egnik
Durante a gravação, Mendel convidou alguns amigos ilustres para dar vida às músicas, com convidados desde o baterista dos The Shins Joe Plummer, Page Hamilton do Helmets e seu colega de Foo Fighters, Chris Shiflett. Mas os fãs de sua banda emo dos anos 90, o Sunny Day Real Estate, talvez estejam mais interessadoa no fato de que o álbum reúne o baixista com o frontman Jeremy Enigk. “Ele está em um monte de músicas”, explica Mendel. “Enviei-lhe os mixes e pedi para fazer alguma harmonização sobre eles, porque eu amo voz dele. Ele estava muito entusiasmado com isso, o que foi ótimo, fiquei lisonjeado, ele realmente gostou do disco. Ele cantou por todo o álbum e acrescentou muito para ele”.
Recentemente, o Lieutenant U.S. fez alguns shows na Califórnia, e estão indo para Austin, Texas, para o festival SXSW essa semana. Há uma turnê completa pelos Estados Unidos chegando, e Mendel disse que vai planejar alguns shows internacionais assim que o resto da banda alinhar suas agendas. Ele diz que esses primeiros espectáculos conseguiram banir qualquer nervosismo que ele possa ter tido sobre a intensificação de ser o frontman pela primeira vez.
“Foi naturalmente estressante, mas não tanto quanto eu pensei que seria”, explica ele. “Me senti mais natural do que eu esperava, e eu gostei. Parando pra pensar, eu achava que os dois primeiros seriam um desastre e questionei o que eu estava fazendo, toda aquela dúvida e frustração. Mas foi legal, soamos como uma banda, trabalhamos como uma banda, eu gostei disso. E foi muito desconexo da minha parte, mas eu podia ver uma luz no fim do túnel de que há uma chance disso ser muito bom em um período não tão longo de tempo.”
Com planos para começar a escrever o próximo álbum enquanto ele está na estrada este ano, toda a experiência tem dado Mendel um gosto do centro das atenções. Assim, enquanto Dave Grohl continua a ser a estrela do dia de trabalho, ouviremos mais do baixista de fala tranquila nos próximos anos.
“Isso me deu gosto de fazer, sim”, diz ele. “Realmente foi uma experiência tipo, como eu posso fazer isso? Posso montar um álbum? E se eu gostar, estou feliz com isso, então talvez eu farei outro. Eu amei o processo e o desafio, estou feliz com o álbum e eu sou viciado em tocar ao vivo, mesmo tendo feito apenas dois shows. Eu definitivamente quero continuar fazendo isso”.
Ouça abaixo o álbum If I Kill This Thing We’re All Going to Eat for a Week na íntegra no player abaixo:
Confira as datas da turnê do Lieutenant U.S. pelos Estados Unidos:
21 de Março – SXSW (Dine Alone Showcase), Austin, TX
21 de Março – The Parish @ House of Blues, New Orleans, LA
23 de Março – Exit/In, Nashville, TN
24 de Março – The Basement, Columbus, OH
26 de Março – Black Cat/Back Stage, Washington, DC
27 de Março – Johnny Brenda’s, Philadelphia, PA
28 de Março – Mercury Lounge, New York, NY
30 de Março – St. Vitus, Brooklyn, NY
1° de Abril – Mod Club, Toronto, Canada
02 de Abril – Pike Room, Pontiac, MI
03 de Abril – Empty Bottle, Chicago, IL
05 de Abril – Larimer Lounge, Denver, CO
08 de Abril – The Troubadour, Los Angeles, CA
Matéria original: “Foo Fighters’ Mendel: When love and Nate collide“, 16 de março de 2015, TeamRock
Tradução e adaptação: Stephanie Hahne