Texto por: Stephanie Hahne, fã desde 2002.
Colaboração: Karina Diaz, Diego Castanho, Astor Pimenta, João Vitor Ferraz, Marco Araújo e Gislene Melo, fundadores do FFBR e fãs apaixonados do Foo Fighters.
Hoje, dia 3 de fevereiro de 2015, fazem exatamente seis dias do fim da turnê Sonic Highways no Brasil. Passando por Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o Foo Fighters fez história com shows longos, cheios de fãs e repletos de momentos memoráveis. Nós, do Foo Fighters Brasil, tivemos o prazer de estarmos presentes em todos os shows dessa turnê e, antes de começar este longo texto, gostaríamos de agradecer a alguns dos responsáveis por tornar tudo isto real. À T4F, pelo apoio à nossa página e site antes e durante a turnê. À SKY Brasil, pela parceria e pelo convite para cobrir a transmissão do show em São Paulo. Um enorme obrigado ao Foo Fighters e toda a produção da banda. Obrigado pelo convite para realizar todas as artes da turnê na América Latina, por convidar a nossa equipe a estar presente em todos os shows, pelo reconhecimento e divulgação da nossa página, que é feita com todo amor do mundo para vocês, por contar com a nossa ajuda para escolher as bandas de abertura e, claro, por nos receberem tão bem em Belo Horizonte, onde aconteceu o melhor encontro de nossas vidas. E por último, mas não menos importante, um muito obrigado a você, fã. Obrigado por nos acompanhar por todos esses anos e dar combustível ao que fazemos. A nossa motivação é o seu reconhecimento e, sem vocês, não existiria Foo Fighters Brasil. Muito obrigado a todos que nos apoiaram e torceram por nós.
Agora, você acompanha um review completo e gigante de todos os shows do Foo Fighters no Brasil, contendo também um pequeno relato sobre o último show, feito de fã para fã.
- Estacionamento da FIERGS, Porto Alegre – RS | 21.01.2015
A espera foi longa. Desde setembro de 2014, quando a turnê por terras latinas foi anunciada, a nação de fãs do Foo Fighters entrou em polvorosa, principalmente os gaúchos. Porto Alegre foi a cidade escolhida para sediar o primeiro show da banda no país, e o clima de expectativa nos dias que antecederam este espetáculo era intenso. Quem havia acompanhado resenhas, fotos e vídeos dos shows anteriores que ocorreram na Argentina e Chile, já tinha uma ideia do que esperar, mas sempre tem aquele sentimento de surpresa.
A energia do show já podia ser sentida na fila, e que fila: a organização do evento juntou todos os setores, mais de 30 mil pessoas, em um portão só. O que pareceu desorganização, acabou deixando os fãs mais e menos privilegiados um pouco mais próximos, fazendo com que fãs de todas as querências pudessem se conhecer um pouco mais. Abriram-se os portões e os gaúchos foram recepcionados com o rock sarcástico e bem humorado da Comunidade Nin-Jitsu, que mesmo sendo a abertura da banda de abertura, levantou o público e deixou os gaúchos mostrarem toda sua animação e fôlego, que duraria até depois da meia-noite.
Então veio o Kaiser Chiefs, a segunda banda mais esperada da noite. Era visível que muitos não conheciam a maioria das músicas dos caras, mas a energia do vocalista Ricky Wilson tomou conta do local e fez todo mundo pular e dançar. Visivelmente embriagado, Wilson corria de um lado pro outro do palco, ia até onde seu microfone o permitia na passarela, se pendurava na grade frontal, enfim… Um espetáculo a parte. Além de seu setlist autoral, a banda também tocou um cover de “Pinball Wizard”, do The Who, que foi muito bem recebido. A plateia, em resposta ao ótimo show, puxou o coro “Kaiser Chiefs! Kaiser Chiefs!”, o que fez com que a banda deixasse o palco com um ar de missão cumprida.
Às 21h20 em ponto, com 5 minutos de atraso, a atração da noite chega ao palco. Recebidos com gritos ensurdecedores, o Foo Fighters abriu o show calmo, calado, com um Dave Grohl que ao mesmo tempo sorria e pedia silêncio à plateia. O motivo veio logo em seguida: a banda abriu o show – e mais todos os outros no Brasil – com a música “Something From Nothing”, do álbum Sonic Highways, que começa lenta e silenciosa. A banda logo emendou “The Pretender”, que contou com a chuva de papel picado vermelho organizada pelo site, “Learn To Fly”, “Breakout”, “Arlandria” e “Generator”. Dave disse durante o show que “nós precisamos enfiar 20 anos de música em 3 horas, mas vamos conseguir,” e ainda brincou com o número de álbuns da banda, citando um 9° disco que ainda nem existe. A descontração tomou conta enquanto Grohl apresentava a banda, com os músicas improvisando covers como “Another One Bites The Dust” e até mesmo “Daft Punk Is Playing at My House”, do LCD Soundsystem. Após mais alguns hits acompanhados do coro incessante do público, Dave se dirigiu para a ponta de sua passarela, na grade da pista comum, para tocar um set de três músicas acústicas: “Skin And Bones”, acompanhado de Rami Jaffee, “Wheels” e o início de “Times Like These”, que logo se transformou em elétrica enquanto o vocalista se juntava ao resto da banda no palco central, o B-Stage. Ali, a banda tocou covers como “Tie Your Mother Down” e “Under Pressure”, do Queen, que contou com a performance a la Freddy Mercury de Taylor Hawkins. Ao voltar ao palco, a banda logo emendou “All My Life”, que incendiou o público, e seguiu com “These Days”, “Outside”, “Best Of You” e, claro, a já manjada música que fecha todos os shows, “Everlong”.
Mesmo com alguns momentos mornos, o público gaúcho mostrou que sabe curtir um bom show de rock. E o Foo Fighters, como sempre, iniciou a tour com o pé na porta, deixando todos os presentes com um sentimento de “quero mais”.
Setlist Foo Fighters:
1) “Something from Nothing”
2) “The Pretender”
3) “Learn to Fly”
4) “Breakout”
5) “Arlandria”
6) “Generator”
7) “My Hero”
8) “Congregation”
9) “Walk”
10) “Cold Day in the Sun” (“Daft Punk Is Playing at My House” e “Another One Bites the Dust”)
11) “In the Clear”
12) “I’ll Stick Around”
13) “Monkey Wrench”
14) “Skin and Bones”
15) “Wheels”
16) “Times Like These”
17) “Detroit Rock City” (cover)
18) “Miss You” (cover)
19) “Tie your mother down” (cover)
20) “Under Pressure” (cover)
21) “All My Life”
22) “These Days”
23) “Rope”
24) “Outside”
25) “Best of You”
26) “Everlong”
Fotos por: Diego Castanho / Stephanie Hahne / Lucas Sanson
- Estádio do Morumbi, São Paulo – SP | 23.01.2015
Show no Morumbi é sempre algo diferente. O estádio, que já foi palco de inúmeros shows de gigantes do rock, carrega essa energia por si só, e São Paulo é tida a tempos como a capital do rock. Para ficar ainda mais típico, os fãs foram recebidos por uma chuva chata que perdurou até o fim do show do Kaiser Chiefs. As filas, dessa vez organizadas por setor – todos esgotados, diga-se de passagem -, contavam com fãs animados e de todas as idades ansiosos pelo grande dia, ainda mais depois de ler relatos, ver fotos e vídeos do show maravilhoso que ocorreu em Porto Alegre. Os portões se abriram às 15hr, e a correria já costumeira para pegar o melhor lugar da pista começou. Dessa vez, os responsáveis por abrir os trabalhos da noite foram os brasilienses do Raimundos, banda escolhida pela votação feita no Foo Fighters Brasil. Com uma pegada mais pesada e mais insana que os gaúchos do Comunidade, o Raimundos levou a plateia loucura com sucessos como “Nega Jurema” e “Mulher de Fases”, inclusive incentivando os famosos mosh pits. Ao deixar o palco, a banda agradeceu à calorosa recepção do público, e prometeu fazer melhor ainda nos shows seguintes.
O Kaiser Chiefs, trazendo um set parecido com o de POA e a mesma energia do vocalista, levantou o público paulista mais uma vez, público esse que parecia conhecer um pouco mais da banda do que os gaúchos (algo que pode ser consequência do ótimo show dos caras por aqui no Lollapalooza 2013). Uma adição memorável ao set deste show, foi a música “Angry Mob”, um dos maiores sucessos da banda e que foi cantado em coro por quem estava ali. Novamente, a banda saiu do palco ovacionada.
O Foo Fighters, mais uma vez, entrou no palco às 21h20. No telão, o nome da banda foi “pixado”, algo que remete e muito ao ambiente urbano que é São Paulo. Logo na primeira música – novamente “Something From Nothing” – Dave Grohl levou um tombo devido à chuva, mas logo levantou. Sua rapidez não foi suficiente, e os vídeos do momento engraçado logo surgiram na web. Ainda com enorme carisma, Dave chamou a atenção do público para o fim da chuva que estava chateando desde o meio da tarde, e disse que a noite seria linda a partir dali. Além disso, ele também perguntou quem ainda não havia visto o Foo Fighters ao vivo, e dedicou o show exclusivamente à essas pessoas. O setlist seguiu muito parecido com o de Porto Alegre, com poucas mudanças; na verdade, algumas músicas que fazem sucesso entre os fãs e estavam no setlist, acabaram não sendo tocadas, como “In The Clear” e “Rope”. Em “Monkey Wrench”, a banda realizou uma jam de 5 minutos, e apagou todas as luzes do estádio incentivando que a plateia levantasse luzes do celular. O resultado, assim como esperado em “Best Of You”, impressionou a banda e todos que estavam presentes ali. Já durante seu momento solo na ponta da passarela, Dave Grohl recebeu um pedido inusitado enquanto tocava “Wheels”: Vinícius, um fã que estava na grade da pista comum, queria subir ao palco para pedir sua namorada Mônica em casamento. Tendo Dave Grohl como testemunha, a moça disse “sim”, o que levou muita gente da plateia às lágrimas. Seguindo com o set, Dave voltou ao palco central com a banda para mais covers, dessa vez tendo “Stay With Me” do The Faces, e as já típicas músicas do Queen. Retornando ao show com a eletrizante “All My Life”, o Foo Fighters encerrou a noite com “Everlong”, deixando a plateia do Morumbi incendiada. Ver um estádio deste porte com todos os setores lotados – foram mais de 55 mil pessoas – é algo que deve marcar a carreira de qualquer banda. Assim como os fãs, o Foo Fighters com certeza deixou o Morumbi querendo voltar mais vezes.
Setlist Foo Fighters:
1) “Something From Nothing”
2) “The Pretender”
3) “Learn to Fly”
4) “Breakout”
5) “Arlandria”
6) “My Hero”
7) “Congregation”
8) “Walk”
10) “Cold Day in the Sun”
11) “I’ll Stick Around”
12) “Monkey Wrench”
13) “Skin and Bones”
14) “Wheels”
15) “Times Like These”
16) “Detroit Rock City” (Kiss)
17) “Stay With Me” (Faces)
18) “Tie Your Mother Down” (Queen)
19) “Under Pressure” (Queen)
20) “All My Life”
21) “These Days”
22) “Outside”
23) “Best of You”
24) “Everlong”
Fotos por: Diego Castanho / Stephanie Hahne
- Maracanã, Rio de Janeiro – RJ | 25.01.2015
Debaixo de um sol escaldante e temperatura de 40°C, o ritmo de chegada no Maracanã foi um pouco mais lento. As pistas VIP encheram um pouco mais rápido que as arquibancadas e pista comum e, ainda durante o show do Raimundos, muita gente não havia chegado. Culpa do calor. Mas mesmo assim, o ânimo de quem já estava ali não se aquietou, e o público começou a mostrar porque aquele era o show mais esperado da turnê no Brasil. O novo Maracanã recebeu os fãs de Foo Fighters da melhor maneira possível, com acesso fácil, espaço de sobra e a beleza moderna do estádio. Mesmo com tanto calor, o público já dançava e pulava mesmo antes de qualquer show começar; esse é o clima do Rio de Janeiro. Ao subir no palco com um setlist parecido com os anteriores, o Raimundos já sacou o clima. Como o próprio Digão disse, naquela noite, o templo do futebol se transformou no templo do rock. Abrindo com “Eu Quero ver o Oco” e “Esporrei Na Manivela”, o Raimundos mais uma vez levou a plateia a loucura, aquecendo ainda mais um público que já estava incendiado. Ao término do show, o vocalista agradeceu à cidade que sempre acolheu a sua banda.
Mais uma vez embriagado e já suando bicas, Ricky Wilson subiu ao palco com o seu Kaiser Chiefs para mais um espetáculo. Com um set quase igual aos anteriores, e incluindo “Angry Mob” novamente, a banda fez a plateia pular e dançar ao som de seus hits. O mais esperado e cantado em todos os shows, claro, foi o hit “Ruby”, música já conhecida há um bom tempo pelos brasileiros. Ricky, novamente correndo pelo palco e pulando nas grades, quis fazer um agrado aos fãs e à banda anfitriã da noite: o vocal puxou um coro de “Foo! Fighters!”, fazendo com que cada pista premium falasse uma palavra e as duas se completassem, algo que incendiou ainda mais os ansiosos pelo FF. Cheio de energia e morrendo de calor – ele não aguentou ficar de jaqueta durante o show -, Ricky parecia mais animado do que os outros dias. Novamente ovacionados pelo coro de “Kaiser Chiefs! Kaiser Chiefs!”, a banda deixou o palco carioca com um enorme sorriso no rosto.
Às 21h20, a imagem do Cristo Redentor envolto a luz da lua surge no telão. Segundos depois, a imagem se mescla com o logo redondo e vermelho do Foo Fighters. Só isso já é suficiente para arrancar gritos absurdos da plateia no Maracanã. Como costume, a banda entra silenciosa no palco e pede silêncio. Alguns minutos são precisos para abafar os gritos, e só então a banda começa o show com “Something From Nothing”. Logo em seguida vem “The Pretender” e, mais uma vez, vários focos de papel picado são vistos na plateia. O set seguiu o mesmo, com a adição apenas de “This Is a Call” e uma versão acústica de “Big Me”, que foi muito bem recebida pelos fãs mais antigos da banda. Nesta mesma música, a plateia acendeu o Maracanã com luzes do celular, deixando Dave mais uma vez impressionado. Passado o restante do set, Dave foi ao final da passarela para tocar para o público da pista comum seu set acústico, acompanhado de Rami Jaffee em “Skin And Bones”. Dessa vez, não houve pedido de casamento, mas a emoção foi a mesma. Com toda certeza, um dos maiores acertos do Foo Fighters nessa turnê foi ter feito a passarela que chega até a pista comum, e também o palco central, pra onde Dave se dirigiu novamente após o set acústico. Ali com o restante da banda, eles tocaram “Detroit Rock City” (Kiss), “Tom Sawyer” (Rush), “Stay With Me” (The Faces) e “Under Pressure” (Queen & David Bowie), sendo interessante perceber que o palco girava após a execução de cada cover – algo que também aconteceu nos outros shows. De volta ao palco principal com “All My Life”, Dave mais uma vez lembrou do quão calor estava no RJ, e recebeu um chamado do backstage: duas músicas seriam excluídas do set por falta de tempo, e elas foram “These Days” e “Outside”. Mesmo assim, o público não desanimou, e cantou os hits “Best Of You” e “Everlong” a plenos pulmões, fechando essa noite memorável e histórica no Maracanã. A energia já típica dos shows do Rio de Janeiro talvez tenha sido o que fez desse show um dos melhores da banda no Brasil e, pessoalmente, esse dia ficará marcado na memória pro resto da minha vida. Obrigada, Rio.
Setlist Foo Fighters:
- “Something From Nothing”
- “The Pretender”
- “Learn to Fly”
- ”Breakout”
- ”Arlandria”
- ”My Hero”
- ”Big Me”
- ”Congregation”
- ”Walk”
- ”Cold Day in the Sun”
- “In the Clear”
- ”This Is a Call”
- ”Monkey Wrench”
- ”Skin and Bones”
- ”Wheels”
- ”Times Like These”
- ”Detroit Rock City” (KISS cover)
- ”Tom Sawyer” (Rush cover)
- ”Stay With Me” (The Faces cover)
- ”Under Pressure” (Queen &David Bowiecover)
- ”All My Life”
- ”Best of You”
- ”Everlong”
Fotos: Marcos Hermes / T4F
- O dia do encontro. Esplanada do Mineirão, Belo Horizonte – MG | 28.01.2015
Enfim, chegou o dia do último show. E agora, antes de começar o review do show propriamente dito, eu e a equipe FFBR pedimos licença para relatar o melhor dia de nossas vidas.
O Foo Fighters Brasil começou em 2009, e nasceu da vontade de ser uma boa fonte sobre a banda no Brasil, visto que poucos sites e comunidades faziam este trabalho por aqui. Desde lá, enfrentamos muitos obstáculos com a maior dedicação do mundo e grande parte do nosso “sucesso” hoje em dia se deve ao apoio de fãs igualmente apaixonados, sedentos por notícias da banda e pela vinda da mesma ao Brasil. Em 2012, após o tão esperado show no Lollapalooza, a nossa página e site ganharam uma atenção imensa e cresceram demais. Não há palavras que expressem a nossa gratidão por quem nos deu força e nos apoiou até aqui. No dia 28 de Janeiro de 2015, todo esse esforço, todo esse trabalho foi recompensado.
Quem acompanha a nossa página, nosso Twitter e o Instagram do Chris Shiflett, já sabe que a nossa equipe teve um rápido – mas emocionante – encontro com a banda em Belo Horizonte. Isso mesmo. A convite dos próprios caras, pudemos nos encontrar com eles no backstage, conversar, tirar fotos, pegar autógrafos e tudo mais. Sabemos que para qualquer grande fã da banda isso seria emocionante, mas, para nós, que mantemos este site desde 2009 com base no amor pela banda, o sentimento que tomou conta foi o de realização e reconhecimento. Os caras nos receberam na maior simpatia do mundo, com abraços e felicitações, muito atenciosos. Ver que a sua banda favorita, aquela pra qual você dedica seu tempo há anos, reconhece o seu trabalho e ainda se dispõe a te receber com o maior carinho do mundo, é uma sensação que eu desejo que todos sintam um dia. Nós, na euforia do momento, não conseguimos falar tudo o que tínhamos pra falar. Mas com toda certeza, conseguimos demonstrar nossa gratidão à banda, e isso é o que mais me conforta ao lembrar desse dia. Ao sair desse meeting tão esperado, as lágrimas foram inevitáveis. Todo mundo se abraçando, se agradecendo. Foi o melhor dia de nossas vidas, com toda certeza. Então muito obrigada ao Diego, Karina, Astor, Marco, João Vitor e Gislene. Obrigada por estarem comigo e por serem parte dessa coisa tão linda chamada Foo Fighters Brasil. E obrigada mais uma vez a você que nos acompanha e nos apoia. A jornada valeu a pena.
Foto: Instagram do Chris Shiflett
Fotos: Duda Bairros / T4F
Relatos emotivos a parte (rs), vamos à resenha do último show do Foo Fighters no Brasil. Assim como em São Paulo, a noite em Belo Horizonte começou com uma chuva chata. Os portões, diferente do previsto, se abriram só depois das 6 da tarde, o que fez com que a Esplanada ficasse cheia logo na entrada. A energia era boa e intensa, e a vontade de fazer desse último show o melhor show da turnê, também. Mesmo com ingressos encalhados, a Esplanada do Mineirão contou com 24 mil pessoas, que encararam a chuva e um vento um pouco mais gelado para ver a banda. Como de costume, o Raimundos subiu ao palco às 18h50, e a resposta do público foi melhor que o esperado. Muitos mineiros sabiam de cor as músicas da banda brasiliense e, novamente, mosh pits foram abertos no público. Com set parecido, a banda mais uma vez conquistou o público, e saiu do último show de abertura para o Foo Fighters com missão cumprida.
Às 19h50, o Kaiser Chiefs sobe ao palco. Mesmo após 4 shows seguidos, a energia do vocalista Ricky Wilson parece não ter sido abalada nem um pouco. Ainda correndo de um lado para o outro e pulando no público, a banda apresentou uma mistura de hits conhecidos com músicas do novo álbum, como a melódica “Coming Home”. Repetindo o carisma e os bordões de shows passados, Ricky puxou novamente o coro “Foo! Fighters!” com as duas pistas VIP, o que ajudou a animar ainda mais o público para o show principal. Nem mesmo a chuva pode parar Ricky, que tentava a todo custo seguir mais longe com seu microfone na passarela. Após os sucessos “Ruby”, “Angry Mob” e “Oh My God”, o Kaiser Chiefs deixou o palco uma última vez, debaixo de muitos gritos, palmas e chuva.
E então, pela última vez este ano, o Foo Fighters subiu ao palco. Homenageando a Igreja da Pampulha no telão, a banda novamente chegou quieta, pedindo silêncio ao público, e introduziu o espetáculo com “Something From Nothing”. Após seguir o setlist já planejado para todos os shows, veio a surpresa: Dave Grohl chamou seu cover mineiro, Rafa Giácomo, ao palco para tocar o início de “Breakout”. Muitos na plateia não entenderam o que estava acontecendo, muitos não notaram a diferença, e muitos aplaudiram e gritaram alto. Esse momento de sorte com certeza ficará na mente deste cara por muito tempo! Depois de muita conversa, muita música e muita simpatia, Dave disse que era a primeira vez deles na cidade, e que estava gostando muito até o momento, mesmo apesar da chuva. Após interagir com o público da pista comum durante o set acústico, a banda se reuniu novamente no b-stage para mais uma bateria de covers que levaram os fãs de classic rock à loucura. Já para os fãs mais antigos de Foo Fighters, “I’ll Stick Around” foi um prato cheio. Em quesito de setlist e organização, o show foi praticamente a mesma coisa dos outros três. O público mineiro surpreendeu pela energia e pulmões potentes, algo que deixou até a banda surpresa.
Setlist Foo Fighters
- “Something From Nothing”
- “The Pretender”
- “Learn to Fly”
- “Breakout”
- “My Hero”
- “Big Me”
- “Congregation”
- “Walk”
- “Cold Day in the Sun”
- “In the Clear”
- “I’ll Stick Around”
- “Monkey Wrench”
- “Skin and Bones” (Dave Grohl e Rami Jaffee)
- “Wheels” (Solo por Dave Grohl)
- “Times Like These”
- “Detroit Rock City” (KISS cover)
- “Tom Sawyer” (Rush cover)
- “Let There Be Rock” (AC/DC cover)
- “Under Pressure” (Queen & David Bowie cover)
- “All My Life”
- “These Days”
- “Best of You”
- “Everlong”
Fotos: Diego Castanho / Stephanie Hahne / Breno Las Cazas
Com toda certeza, essa turnê entrou para a história da banda e será sempre lembrada por nós e por eles. Só quem foi aos shows pode sentir a energia que emanava de cada banda, de cada fã, algo que vídeo algum pode transmitir. Mais uma vez, um muito obrigada a todos que acompanharam a nossa cobertura, comentaram nossos posts, compartilharam nossos links e fotos e, de alguma maneira, nos ajudaram a crescer cada vez mais e tornar essa turnê ainda mais memorável. No dia 28 de janeiro de 2015, uma jornada se encerrou, e a última nota foi tocada… por enquanto 😉
