Direto do Foonel do Tempo: Honra ao mérito – O baixista

 Desde o começo, Nate Mendel vem conduzindo os hinos do Foo Fighters que fazem estádios cantarem. O ano passado marcou não apenas o aniversário de 10 anos da banda, mas também o lançamento do disco duplo In Your Honor de acústicas e elétricas ambiciosas, que inclui participações de artistas como o baixista John Paul Jones do Led Zeppelin. Como se o Foo Fighters não fosse o suficiente, Nate também encontrou tempo para aparecer no filme Our Burden Is Light e trabalhar com sua própria banda, o Fire Theft.

 

Como foi o processo de gravação do In Your Honor?

No primeiro disco, nós fizemos as coisas em partes, só os instrumentos. Primeiro a bateria, depois guitarras improvisadas. Eu levava arquivos no Pro Tools para casa e escrevia as linhas de baixo. Eu mostrava para Dave e o produtor, nós conversávamos, fazíamos algumas mudanças e depois decidíamos. Normalmente, eu viria com essa linha de baixo elaborada e tal – mas, com o tempo, eu passei a apreciar a simplicidade e o que ela pode fazer por uma música.

 

E qual foi a abordagem no disco acústico?

Quando chegou a hora de fazer o álbum acústico, nós estávamos meio sem tempo, então eu não tive a chance de escrever linhas de baixo e elas acabaram sendo bem mais simples. Algumas vezes, eu nem tinha ouvido a música antes – Dave (Grohl) e Chris (Shiflett) escreviam as linhas de guitarra e eu estava em outro cômodo com o baixo e o (produtor) Nick Raskulinecz dizia “Ok, vamos tentar algumas vezes e ver no que dá”. Eu apenas me concentrei em encontrar as notas e acertar o ritmo.

 

Como foi ter John Paul Jones no estúdio?

Intimidante! – apesar de ele ter feito tudo que estava a seu alcance para que não fosse assim. Foi ideia do Dave tê-lo nesse projeto e, no começo, eu estava tipo “ok, quantas músicas não terão o meu baixo nelas?”. Mas foi ótimo, e quando ele estava afinando sua Mellotron, ele tocou alguns riffs do Zeppelin, então foi uma troca justa.

 

Quão assustador é ter dois bateristas no grupo?

Bem, faz o processo de gravar a bateria bem trabalhoso. Às vezes eles gravam uma música inteira e depois decidem que está um compasso muito rápido ou muito devagar, e então regravam a coisa inteira baseados nisso. Ou eles alteram um pouco o padrão de bumbo, e aquilo pode ou não levá-los a refazer a música toda.

 

Isso afeta o seu jeito de tocar de algum modo?

Ocasionalmente – mas, normalmente, é algo bem simples e eu entro e faço praticamente a mesma coisa. Às vezes, no entanto, vira uma música completamente diferente.

 

Ouvindo atualmente: ‘Funeral’ do Arcade Fire. É simplesmente um trabalho incrível.

Produção e Revisão: Karina Diaz
Tradução: Elise Kanashiro
Fonte: FooArchive