Revista Kerrang de Fevereiro 2013 / Entrevista com Dave Grohl

Os Foo Fighters podem ter dado uma pausa, mas Dave Grohl não tem descansado. Ah, não. O cara que conhece mais gente no rock chamou alguns amigos para fazer um filme sobre o Sound City – o estúdio de Los Angeles onde o Nirvana gravou o “Nevermind”. Simon Young foi até lá para perguntar a Dave sobre sua nova vocação, sobre o Nirvana, e sobre quando os Foos retornarão…

 

“Vocês sabem que nós temos muitas músicas para tocar”, sorriu Dave Grohl, piscando para um mar de pessoas a sua frente quando os Foos fecharam o Reading Festival do ano passado. “É nosso último show por um longo tempo”.

Que chato, hein? Lá estávamos nós, nos divertindo pra caramba, e então Dave anuncia que aquele seria um dia marcado na carreira de 18 anos da banda. O que diabos o cara mais ocupado e mais cheio de contatos do rock faria nesse novo período de férias?

Bem, acontece que o cara mais ocupado e com mais contatos do rock tinha muitas coisas pra fazer escondidas na manga. E, quase seis meses depois, estamos no Studio 606 em Northridge, seu complexo de gravações que fica 16 km a noroeste  de Hollywood. Nas entranhas do 606 – decorado com muitos posteres do Black Flag, coisas do Nirvana e dos Foos, e impressões emolduradas do Led Zeppelin – nós encontramos o Dave sentado numa cadeira de couro, bebendo um café enorme. Ele irradia seu sorriso cheio de dentes e oferece um aperto de mão firme. Lá está aquela tatuagem do Bonham. Legal. O cara mais legal do Rock – isso é verdade – está sentido os efeitos após uma grande noite. Apenas 18 horas antes, ele apresentou em Los Angeles a premiere de seu primeiro trabalho como diretor, “Sound City” – um filme sobre o agora falecido estúdio de Van Nuys onde nasceu o álbum “Nevermind”, do Nirvana – no Arclight Cinema no Sunset Boulevard de Hollywood. Depois do filme, ele saiu rapidamente de lá para fazer uma apresentação de 3 horas no Palladium (com capacidade de 4 mil pessoas) com alguns amigos, que por acaso tocam no Slipknot, no Fleetwood Mac, no Cheap Trick… Esse tipo de coisa. Ah, e o seu colega de banda no Nirvna,a Krist Novoselic, estava lá, com seu baixo posicionado tão embaixo quanto você vê em todos os vídeos da banda.

A estrela incomum do filme – um console análogo de mixagem gigante e customizado, Neve 8028 – está perto dali, como um tio robótico e velho feito de fios e botões, quando começamos a conversar com Dave para descobrir como as duas semanas naquele estúdio mudaram a vida dele, porque ele está apostando suas fichas em fazer filmes e o que futuro espera…

 

O QUE FEZ VOCÊ QUERER FAZER UM DOCUMENTÁRIO?

O estúdio é parte da minha vida. Não sei se eu estaria aqui se não fosse por aquele estúdio. Ele fez o “Nevermind” soar como ele soa. A ideia começou quando nós estávamos fazendo o último álbum dos Foos [“Wasting Light”, de 2011, produzido por Butch Vig, que também dirigiu o “Nevermind” do Nirvana em 1991] na minha garagem. Butch e eu começamos a procurar por alguns equipamentos e alguém disse que eu devia ligar no Sound City, porque eles estavam vendendo tudo do Studio B. Eu disse que se eles quisessem se desfazer da mesa de som [Neve 8028] da sala A, que me avisassem. Eles diziam (Dave faz cara de bravo), “Eu venderia minha avó antes de vender aquela mesa de som”, e eu dizia “Ok, estou apenas falando”. Foi apenas uma questão de tempo antes que eles fechassem e me perguntassem se eu falava sério sobre comprar o console. Não custou tanto quando você imagina.

 

2011 TAMBÉM FOI O 20º ANIVERSÁRIO DO “NEVERMIND”…

Foi perfeito; seria um bom paralelo para aquela história, onde eu estou com a mesa de som onde nós fizemos o álbum, que eu considero ser o responsável por eu ser quem eu sou como pessoa. Então eu liguei para o meu amigo Jim Rota, que está com o Fireball Ministry [metaleiros da Califórnia] e disse, “Vamos fazer um filme curto para colocar no YouTube”. Falei com o Tom Skeeter, dono do estúdio, e ele me contou muitas histórias loucas sobre as pessoas que já gravaram lá: Evel Knievel, Vincent Price… Charles Manson! Eu pensei que isso poderia ser mais do que um vídeo no YouTube. Podia passar o dia todo falando sobre aquela mesa de som, mas as bandas que a utilizaram? É loucura! É uma lista enorme.

 

QUANDO VOCÊS SAÍRAM DE SEATTLE PARA FAZER O “NEVERMIND”, QUAIS ERAM SUAS EXPECTATIVAS QUANTO AO SOUND CITY?

Nós basicamente dormíamos numa van quando estávamos em turnê, então nós não estávamos acostumados com coisas tão fodas! O Sound City estava em condições meio precárias, então foi a combinação perfeita pra gente. Nós ensaiamos todos as músicas [para o “Nevermind”] num celeiro! Kurt [Cobain] e eu vivíamos num apartamento cheio de cocô de tartaruga e bitucas de cigarro. Mas quando nós chegamos lá, ficamos surpresos, porque estávamos chegando em Los Angeles, a capital da indústria da música mundial. Eu achava que o lugar seria um pouco mais limpo, mas o contraste bacana era que os discos de platina nas paredes eram lendários: Tom Perry and the Heartbreakers [“Damn the Torpedoes”, de 1979]; Fleetwood Mac [o álbum autointitulado de 1975] e Dio [“Holy Diver” de 1983].

 

VOCÊ SE LEMBRA DA PRIMEIRA FAIXA QUE GRAVOU?

“In Bloom”, eu acho. Nós soubemos imediatamente que aquele sala soava bem. Era só uma sala com azulejos de linóleo, mas quando você coloca sua bateria no meio da sala e começa a tocar, soa bem. Havia uma ressonância profunda na sala que você não conseguiria [em qualquer outro lugar]. Sound City nunca foi desenhado acusticamente – ele apenas soava muito bem. [Então] nós colocamos a bateria no meio da sala. Krist ligou o amplificador do baixo num closet na sala principal, o amplificador do Kurt estava na porta, e nós tocamos “In Bloom” uma ou duas vezes e depois ouvimos. Foi a primeira vez que eu ouvi o Nirvana soar daquela forma. Não soava como o “Bleach” [álbum de estreia de 1989], não soava como o single “Sliver” [1990], nem como as Peel Sessions. Nós dizíamos, “Meu Deus, isso soa muito bem mesmo!”. Com Butch Vig naquela mesa de som (aponta para o console), nós decolamos. Depois daquele take, nós sabíamos que o álbum ia soar muito bem.

 

ENTÃO COMO FORAM AQUELES 16 DIAS?

Eu não lembro direito! Nós ficamos num complexo de apartamentos horrível chamado Oakwood. Ficava à direta da rodovia, perto de Hollywood Hills e repleto de atores mirins, caras e escortes caríssimos; havia uma banheira quente onde as pessoas se encontravam – não era um lugar agradável. Nós só queríamos gravar. Nós começamos a tocar todos os dias e o Kurt cantava com seus vocais arranhados como se fossem takes reais. Mas se você vai fazer isso por seis horas, você vai acabar ferrando sua voz.

 

VOCÊ TINHA ALGUMA SUSPEITA DE QUE ALGO GRANDIOSO ESTAVA A PONTO DE ACONTECER?

Eu tinha 22 anos e não tinha cartão de crédito nem conta no banco. Eu vivia sem nada, e era divertido. Só me lembro que antes disso, eu sabia o que ia acontecer todos os dias. Por exemplo, quando eu tinha que vender alguma coisa pra poder comer, ou nós entraríamos na nossa van e iríamos tocar em algum lugar. Ou quando tudo isso acabasse, eu voltaria para o depósito de móveis e imploraria pelo meu emprego de volta. Eu sabia que essas coisas iam acontecer. [Mas] quando nós começamos a gravar o “Nevermind”, de repente eu não sabia mais o que ia acontecer depois. Mesmo que nenhum de nós estivesse esperando que o que aconteceu, de fato, aconteceria, de repente havia essa chance de que talvez pudesse acontecer. Todos os nossos amigos ouviam as músicas e diziam, “vocês vão ser gigantes”. É uma coisa bacana pra se dizer, mas na época Michael Jackson era um gigante, Whitney Houston era gigante, Michael Bolton era gigante. Poison era gigante! Não havia lugar pra nós ali. Pra gente, ser gigante significava Sonic Youth: eles tocaram para mil pessoas certa noite. Isso era demais.

 

VOCÊ FICOU FELIZ COM A FORMA COMO O “NEVERMIND” FOI LANÇADO?

Sim. Eu realmente queria que ele fosse bom, então à noite, eu ouvia as mixagens ainda cruas no cassete, mas tudo que eu conseguia ouvir era a minha inconsistência. Eu não conseguia ver a parte melhor. Eu estava tão focado em tocar bem que às vezes eu me perguntava se a bateria era boa o suficiente. Mas quando eu ouvi a mixagem de “Breed”, eu pensei, “Putz, isso é bom demais!”. Foi um sentido bom. Depois que terminamos de gravar, nós tiramos férias e então entramos em turnê com o Dinosaur Jr… Foi aí que as coisas realmente começaram a acontecer.

 

NO FILME, VOCÊ TOCA “SMELLS LIKE A TEEN SPIRIT” PARA DEMONSTRAR O SOM DA BATERIA NO ESTÚDIO…

Quando nós transferimos a mesa de som do Sound City para o Studio 606, foi estressante porque ela não tinha saído do lugar por 40 anos! Era como roubar uma tumba ou algo assim. Eu comprei a peça de equipamento de gravação mais importante de Los Angeles, e estava a ponto de levá-la para o meu local [em Northridge]. Sound City agora se chama Fairfax Recording; é a mesma sala com uma mesa de som nova. Kevin Augunas, o cara que administra a Fairfax, disse que ele estava produzindo [o trio de reggae indie de DC] RDGLDGRN e perguntou se eu poderia tocar bateria numa das faixas [“I Love Lamp”]. Foi a oportunidade perfeita para arrumar tudo e tocar junto com “Teen Spirit” para o filme.

 

COMO VOCÊ SE SENTIU QUANDO TOCOU “TEEN SPIRIT”?

Eu a ouvi nos headphones e toquei junto. E sabe… Eu engasguei. Não queria cair em prantos na frente de todo mundo, mas eu caí. Foi um dia muito estranho. Era muito estranho mesmo, como se houvessem fantasmas na sala.

Durante a premiere do Sound City, não era aparente, no início, que Dave estava acompanhando aquela música que fez a carreira do Nirvana explodir. Mas depois de algumas batidas, ela atingiu a audência, e houve um suspiro audível quando a nova metragem foi emendada com o vídeo promocional de ginástica do Samuel Bayer. “Eu achei que seria legal mostrar o quão velho eu estou agora”, ri Dave.

Pra ser honesto, a ideia do documentário sobre um estúdio de gravações pode soar meio seca e, bem, desafiadora. Mas é mais do que produtores cansados debruçados sobre faders e entusiasmados com “microfones quentes”. Muito mais que isso.

“É uma jornada pessoal”, sorri Dave. “Começa comigo entrando no estúdio e termina comigo tocando com os meus heróis”.

Você pensaria que com o status e as fontes de Dave, ele seria capaz de entrar em qualquer estúdio de filmagens, expor uma ideia e ter o filme pronto. Mas, mesmo que ele se sinta bem tocando em arenas e estádios ao redor do mundo, ele nunca esqueceu suas raízes punk. Por que permitir que um estúdio de filmes sem alma tome todas as decisões se você mesmo pode fazer isso?

 

VOCÊ SE PREOCUPOU COM A POSSIBILIDADE DE UM ESTÚDIO DE HOLLYWOOD ARRUINAR SUAS INTENÇÕES?

Eu sentei com o Jim e meu empresário, John Silva – com quem eu tenho trabalhado por 22 anos – e disse, “Nós temos que levar isso a sério e não envolver nenhum estúdio de Hollywood. Tem que ser A GENTE”. Todos nós entendemos o Sound City. Todos nós estivemos lá, todos nós entendemos a mesa de som e o elemento humano da música. As únicas pessoas que podem trabalhar nesse filme são as que conseguem entender isso.

 

FOI FÁCIL FAZER O FILME?

Ninguém nunca me ensinou a tocar bateria. Eu simplesmente aprendi. Ninguém me ensinou a tocar guitarra. Eu aprendi, também. Quando eu gravei o primeiro disco dos Foo Fighters, eu o fiz em seis dias e toquei todos os instrumentos. Eu não sabia o que estava fazendo. Ninguém me disse o que fazer. Se tivesse algum produtor envolvido, te garanto que seria diferente. Eu gosto daquele disco porque ele é ingênuo, e ele é o que é. É uma representação precisa da minha visão ou da minha personalidade. Não há nada no caminho. Não é o melhor disco do mundo, mas para mim, é legal. É a mesma coisa com o filme. Eu não sei fazer filmes, mas eu posso te contar a história do Sound City assim (estala os dedos). Então por que eu precisaria da ajuda de alguém? Nós juntamos as pessoas mais legais que conhecíamos e foi bom pra caramba.

 

COMO VOCÊ REUNIU ESSE GRUPO DE SUPERESTRELAS?

Eu peguei uma lista dos maiores álbuns que foram feitos lá e peguei o endereço de e-mail de todo mundo: Rick Springfield, Rick Rubin, Rick Nielsen, Corey Taylor… e comecei a escrever e-mails. “Oi, meu nome é Dave. Nós temos algo em comum: Sound City. Vou fazer um filme sobre ele. Posso entrevistar você?” Eu nunca entrevistei ninguém antes, mas todo mundo concordou e, de repente, eu tinha 40 pessoas dizendo “sim”. Foi quando eu percebi que não era apenas um filme, mas um grande filme, e nós devíamos tratá-lo como tal.

 

O QUE VOCÊ APRENDEU ENQUANTO FAZIA O FILME?

Minha mãe [Virginia] provavelmente me deu o melhor conselho durante o processo de produção do filme. Eu disse a ela que estava fazendo um filme sobre essa mesa de som que eu comprei e que estava entrevistando todas essas pessoas, que voltariam e fariam um disco. Ela me disse que eu não devia começar o filme dizendo que comprei a mesa de som: “Você conta a história do estúdio, então resgata a mesa de som e convida todo mundo pra voltar e fazer um álbum”. Ela é uma escritora. Obrigado, mãe!

 

VOCÊ DESCREVEU O FILME COMO A COISA MAIS IMPORTANTE QUE VOCÊ JÁ FEZ. POR QUE VOCÊ DIZ ISSO?

Quando você está numa banda e faz álbuns, você meio que faz isso pra você mesmo. Claro, você quer que seu público aprecie o que você faz, mas ultimamente, é um ato egoísta. Você quer que as pessoas pensem que sua banda é incrível. Você quer que as pessoas pensem que seu álbum é ótimo. Com o filme do Sound City, eu não estava fazendo isso para que as pessoas pensassem que eu sou um ótimo diretor; a intenção daquele filme era inspirar pessoas a amar o elemento humano da música, ou sair e formar uma banda. Você vai ver músicos entrando numa sala de improvisos e saindo com uma música. É assim que músicas são feitas.

 

VOCÊ ACHA QUE GRAVAÇÕES DIGITAIS E TÉCNICAS MODERNAS DE RECORTAR E COLAR PODEM REALMENTE TIRAR A MAGIA DA PERFORMANCE DE UMA BANDA?

Conforme nos aprofundamos mais com a tecnologia, é fácil perder a fundação simples da música – é uma criança comprando uma guitarra velha, aprendendo a tocá-la, escrevendo uma música e então se tornando [parte da] maior banda do mundo. Esses estúdios que têm mudado o mundo estão, um por um, fechando suas portas porque eles são considerados obsoletos. É a faca de dois gumes da tecnologia – a disponibilidade de equipamentos de gravação digital facilita tanto que qualquer um pode fazer um álbum. Você pode fazê-lo no seu quarto, ou no porão, e com o clique de um botão você pode transportá-lo para o mundo todo. Quando eu era criança, eu mataria para ter essa oportunidade! A parte ruim é que estes [estúdios] estão desaparecendo. Então quando eu digo que este [filme] é a coisa mais importante, é porque o filme não é pra mim; eu gostaria de pensar que algumas das bandas das quais eu fiz parte têm inspirado as pessoas a tocar música, mas essa não foi a intenção verdadeira. Com o filme, essa foi a intenção. Eu quero que as pessoas entrem numa sala com os amigos e toquem.

 

O SOUND CITY TERMINA – ATENÇÃO, SPOILER – COM COLABORAÇÕES ENTRE OS FOOS, KRIST NOVOSELIC, LEE VING, SIR PAUL MCCARTNEY, STEVIE NICKS, TRENT REZNOR, JOSH HOMME… JUNTAR TODO MUNO PRA GRAVAR DEVE TER SIDO UMA DOR DE CABEÇA.

Eu ainda sou um fã nerd de rock e essas experiências foram incríveis para mim. Mas logisticamente, o projeto era uma loucura! Foi aí que eu precisei de ajuda! A música da Stevie Nicks [“You Can’t Fix This”] foi algo que eu escrevi para o “In Your Honor” [álbum de 2005 dos Foo Fighters], mas nós não a usamos porque a música soava muito como Fleetwood Mac! A música estava lá, então eu mandei pra ela e perguntei o que ela achava. Ela disse, “Amei!”

 

FOI ASSUSTADOR PRA VOCÊ TRABALHAR COM TODOS OS SEUS HERÓIS?

Sim! Foi ainda mais assustador trabalhar com o Black Rebel Motorcycle Club! Eu respeito muito essas pessoas. Então, quando eu tinha que tocar bateria na frente do Sir Paul McCartney ou cantar harmonias na frente do Josh [Homme], era assustador! Você quer impressionar as pessoas que você respeita. Você não quer chateá-las. O que acontece é que todas essas pessoas lendárias são meus amigos! [Gravar a trilha sonora “Sound City – Real to Reel”] foi incrível.

 

FALANDO DE JOSH HOMME, NÓS FICAMOS SABENDO QUE VOCÊ ENTROU NOVAMENTE NOS QUEENS OF THE STONE AGE NO OUTONO. O ÁLBUM ESTÁ PRONTO?

Com o Queens, eu acho que o Josh está mixando o álbum e fazendo os vocais agora. É bem legal. É diferente dos outros álbuns do Queens e realmente soa como uma banda numa sala. Foi assim que ele soou quando eu o ouvi, mas, se você deixa alguma coisa com o Josh, você não sabe o que você vai receber de volta quando estiver pronto. As pessoas vão gostar. É muito bom!

 

HAVERÁ OUTRO ÁLBUM DOS FOO FIGHTERS OU OS SEUS COMENTÁRIOS NO READING FESTIVAL ERAM TÃO VERDADEIROS QUANTO SOARAM SER?

(Ri) Nós estamos preparando outro disco para o Foo Fighters. Nós sempre fazemos melhor depois de um bom descanso. Mas vai acontecer. Nós temos que fazer isso. Não podemos deixar de fazer.

 

FAZER PARTE DE TODOS ESSES PROJETOS DIFERENTES RECARREGA A BATERIA DOS FOOS, ENTÃO?

Sim, você consegue imaginar. Essa é uma das melhores coisas das colaborações. Quando você toca com outras pessoas, todo mundo toca diferente. Então você aprende com essas pessoas e muda como músico. Você se adapta com quem quer que você esteja tocando. Isso amplia seu âmbito musical e faz de você um músico melhor. Quando você toca com outras bandas ou outras pessoas, você aprecia o que você tem na sua banda. Os Foo Fighters são uma banda ótima. Se eu digo, “Hey pessoal, vamos aprender 40 músicas em 10 dias [para os shows dos Sound City Players]”: eles vão fazer isso. Eles realmente vão fazer isso. Ele são muito bons, e quando você toca com outras pessoas, você percebe que você tem sorte por estar nos Foo Fighters. Eu não quero viver num mundo sem minha banda.

E com isso, nosso tempo com o Cara Mais Legal do Rock está perto de acabar.  Levantando de seu sofá de couro  – acima do qual há uma foto do dono do estúdio com a língua perto da bochecha, resplandecente numa jaqueta vermelha – ele mostra à Kerrang! um pouco da sala de gravações e nos dá um momento de apreciação com o console de gravações para o qual ele sente que deve, em partes, sua incrível vida de rockstar.

Mas o cara com mais contatos no rock, contudo, também tem outras coisas para se ocupar, incluindo o planejamento para o futuros shows do Sound City. Com isso em mente, nós dá um adeus sorridente, bate em seus óculos Aviador espelhados e seu boné de baseball, e pula dentro de um veículo digno de um homem que vendeu milhões de discos e esgotou ingressos em arenas e estádios ao redor do mundo – um Ford Falcon Family Wagon vintage, vermelho e brilhante – e vai embora. Ele literalmente não pode, e não vai parar.

Tradução: Giovana Moretti