Direto do Foonel do Tempo: Taylor Hawkins perguntas e repostas para The O.C

O Direto do Foonel do Tempo desta semana traz uma entrevista de Taylor no ano de 1997, foi uma das primeiras entrevistas dele após entrar para o Foo Fighters.
Confiram.

The OC: Perguntas e Respostas
Publicação: OC semanal
Data: Novembro de 1997

Como se não fosse o bastante as bandas OC estarem constantemente no topo das paradas, nossos músicos têm infiltrado na fortaleza de outras bandas também. Quando o baterista original do Foo Fighters, William Goldsmith, partiu em fevereiro (ele diz que gravará em breve com uma reformulada Sunny Day Real Estate), Taylor Hawkins de Laguna Beach assumiu como marcador de tempo antes da turnê de verão. Apesar de não ser a primeira excursão dele em uma cidade de alta pressão (ele fazia parte da banda de Alanis Morissette), ele é o mais afetado pela pressão. Entre rumores cercando a saída de Golsmith (incluindo que o líder Dave Grohl havia regravado as partes de Goldsmith em The Colour And The Shape), a chegada de Hawkins faz as pessoas se perguntarem quão difícil é ser um baterista numa banda que pertence a um baterista (Grohl, se você se lembra, foi baterista da banda de hardcore Scream, entre outras coisas). Agora, terminada sua primeira temporada com os Foos, Hawkins tem algum tempo para refletir sobre como foram suas férias de verão.

OC Semanal: Você se voluntariou para interpretar o papel feminino no vídeo de “Everlong” ou vocês sortearam?
Taylor Hawkins: Eu fui forçado. Eles decidiram que, se um dos caras da banda ia fazer isso, eu seria a garota mais bonita.

OC Semanal: Essa foi a primeira vez em que você se vestiu de mulher?
Taylor Hawkins: Eu já tinha feito isso em alguns Halloweens, mas eu não fico em casa com roupas femininas ou coisa do tipo. Eu não sei como vocês (mulheres) conseguem – as roupas são muito desconfortáveis, espartilho, sutiãs, etc. Eu não sei como vocês passam batom e bebem cerveja sem que tudo saia ou borre. É necessário muito cuidado para ser bonita.

OC Semanal: Então isso te deu uma nova perspectiva?
Taylor Hawkins: Aham. Quero dizer, quando eu conheço uma modelo, eu sempre penso que ela é uma garota normal, daquelas que passeiam pela rua, só que mais gostosa. Mas você tem que ter uma aparência um tanto quanto estranha para ser uma modelo.

OC Semanal: E, mesmo assim, elas nem mesmo são assim na vida real; é tudo feito com iluminação, ângulos de câmera, maquiagem…
Taylor Hawkins: Pois é, é por isso que você nunca deveria ler coisas como Vogue. É uma enganadora. “Boas notícias para pernas feias” e tal. Te faz pensar que você não está se dedicando tanto quanto deveria, como se você devesse ser perfeita. Isso é totalmente errado. Nenhuma mulher é perfeita. Eu acho que mulheres com nariz grande são mais bonitas: elas têm mais caráter.

OC Semanal: Trabalhar com a Alanis Morissette te ajudou a construir essa perspectiva de algum jeito?
Taylor Hawkins: Sabe, não foi grande coisa. Eu não sei se você sabe, mas há vários discos que saem todo ano, e apenas 1% deles são realmente bons. Eu não sabia, quando eu assinei com ela, que o negócio seria um sucesso tremendo. E ela recebe esse rótulo de ‘jovem mulher irritada’, como se ela estivesse brava o tempo todo ou algo assim. É, ela tem suas próprias ideias sobre as coisas, e é realmente obstinada, mas ela é uma garota legal. Isso acontece com qualquer banda, sabe. As pessoas rotulam as coisas, e tem a campanha publicitária, que raramente é baseada nos méritos da música.

OC Semanal: Mas isso não te afetou…
Taylor Hawkins: Essa é a beleza de ser o baterista. Com o Foo Fighters, não há muita mídia, exceto pelo fato de Dave Grohl ter estado no Nirvana. É como se nós fôssemos os quatro caras mais nerds do mundo. Somos palhaços. (Personalidade) é uma parte importante, porque você tem de, praticamente, morar junto (com a banda).

OC Semanal: Quando William Goldsmith estava na banda, ele foi descrito como o espírito livre, [o baixista] Nate Mendel como o intelectual do grupo, [o agora antigo guitarrista] Pat Smear como o extravagante, e Dave como o mais “pé no chão”. Qual você seria? Alguns te descreveram como surfista loiro, mas isso é apenas um estereótipo por causa de onde você nasceu, não é?
Taylor Hawkins: É, as pessoas sempre estão procurando por um rótulo. Mas tudo bem, porque elas querem saber de onde você vem. Há 3 anos que eu não surfo, e eu nunca fui muito bom nisso pra falar a verdade, porque eu sempre estive na garagem, fumando e tocando bateria. Eu tenho um colega que é surfista profissional, então, comparado a ele, eu sou só mais uma criança. Não sei, você teria que perguntar a alguém de fora para essa resposta. Eu acho que sou como Dave.

OC Semanal: Às vezes, as pessoas quase se referem a você como um clone de Dave, não apenas com relação à aparecia ao comparar vocês dois com Skeet Ulrich por causa dos cavanhaques, mas também em termos de estilo de tocar bateria. Dave disse uma vez que vocês devem ter sido separados na maternidade.
Taylor Hawkins: Nós sabíamos que nos daríamos bem. E, estar no Foo, mudou o meu estilo de tocar, pois eu tinha de me adaptar. Você consegue realmente ouvir a diferença. Mas Dave é legal. Eu estava meio nervoso no começo, mas superei. Mas ninguém toca melhor do que Dave Grohl. Ele tem uma visão na cabeça dele, eu não sei.
Mas esse não é o motivo pelo qual William foi embora. Você sabe que Pat Smear também foi embora, certo? Ele não queria sair em turnê; ele nunca esteve numa banda por mais de um ano, sabe. Nós fizemos essa coisa no MTV Music Video Awards [no show anterior chamado ato de abertura], onde nós tocamos duas músicas. Uma com Pat, e a segunda com Pat saindo com sua guitarra e a entregando a Franz Stahl [que havia tocado com Grohl no Scream]. Foi como passar a tocha nos Jogos Olímpicos.

OC Semanal: Isso é praticamente uma porta giratória…
Taylor Hawkins: É a porta giratória do Foo Fighters, como disse Dave. Franz se encaixa perfeitamente. Ele não é tão extravagante quanto Pat – ele não usará saias no palco ou algo do tipo – mas ele é ótimo. É o novo e melhorado Foo Fighters. Metade de mim não pode culpar Pat; é como se você não tivesse casa quando faz tantas turnês assim. Eu sinto falta de ir à praia, ver minha namorada, assistir TV, comer comida mexicana no Javier’s em Laguna. Eu não reclamo, no entanto, mesmo que tudo acabasse amanhã e eu voltasse a entregar pizzas.
Talvez daqui a pouco, Dave não estará mais na banda. Ele estava brincando no outro dia que talvez ele devesse sair e nos deixar para carregar a tocha dos Foos… Nhá, isso não vai acontecer.

Produção e Revisão: Karina Diaz
Tradução: Elise Kanashiro
Fonte: FooArchive

Até o próximo Foonel do Tempo foo fãs.