A nova série do Foo Fighters, Sonic Highways, estreou noite passada na HBO. O episódio foi gravado em Chicago, com foco na história musical da cidade e na gravação da música “Something From Nothing.”.
O episódio contou com uma conversa sobre Muddy Waters e o blues em Chicago, com Buddy Guy sendo entrevistado. O episódio então focou em Steve Albini, enquanto a banda estava gravando em seu estúdio, o Electrical Audio. Quando eles mostraram highlights de álbuns produzidos por Albini, é interessante notar que “Swallowed”, do Bush, veio logo antes de “Heart Shaped Box”, do Nirvana. Grohl foi um tanto engraçado para descrever Albini, ele disse, “eu tenho certeza de que todos nessa cidade queriam chutar o traseiro do cara pelo menos uma vez.”. Ele acrescentou: “a reputação de Steve é que ele é um canalha cínico.” Grohl disse embora que Albini é brilhante, mesmo tendo essa reputação. Raygun Naked and Cheap Trick também foram citados, com Albini tratando Naked Raygun como “de longe a minha banda favorita.”.
Foto: Felipe Custódio
O foco depois se voltou para a gravação de “Something From Nothing”. Taylor Hawkins disse, “tem um pouco de música pornô dos anos 70 e eu adoro isso.”. Muito esforço e truques novos foram colocados no solo de Chris Shiflett para a música, e essa foi uma das cenas mais divertidas do episódio, que mostra a banda se divertindo com todas as possibilidades. As raízes punks da pequena casa de shows The Cubby Bear também foram abordadas, juntamente com as primeiras experiências de punk rock de Grohl em Chicago, que foi levado ao lugar para seu primeiro show por sua prima punk Tracey. Rick Nielsen, em seguida, se juntou ao Foo Fighters no estúdio, e Pat Smear lhe ensinou o riff de “Something From Nothing”. O álbum In Utero, do Nirvana, é então discutido, com Grohl dizendo que a gravadora ficou em choque quando ouviu pela primeira vez o disco, e não podia acreditar que era aquela a continuação de Nevermind. Steve Albini, em seguida, discute as pressões financeiras de seu estúdio, dizendo que ele tem que fazer US $ 1.000 por dia para não ir à falência, e dizendo que ele teve que vender guitarras e até mesmo sua casa. O episódio termina com a banda tocando “Something From Nothing”.
Foto: Felipe Custódio
Ao longo das entrevistas, principalmente a de Buddy Guy, frases da letra da música são facilmente reconhecidas. Como por exemplo, a frase “A button on a string and I heard everything” (“um botão em uma corda e eu ouvi tudo”), tirada do depoimento de Buddy sobre como ele fazia música usando apenas um botão e uma corda.
Em geral, o ponto alto do episódio foi de longe Steve Albini, que é uma personalidade fascinante e sem noção do mundo da música, principalmente do punk rock. Pat Smear, ao comentar sobre Chicago, disse: “Eu amo Chicago, as meninas são realmente gostosas, e o clima é uma merda.”.
Após a première de lançamento da série, o Foo Fighters realizou um show no The Cubby Bear, que você acompanhou aqui no Foo Fighters Brasil, e tocou o single “Something From Nothing” pela segunda vez ao vivo.
Review do show (Felipe Custódio)
Estar no show de lançamento do Sonic Highways foi uma experiência sensacional!
Eu tive a sorte de encontrar parte da banda em Janeiro em frente ao estúdio do Steve Albini em Chicago, graças a uma dica do Foo Fighters Brasil.
O show se passou num bar chamado The Cubby Bear, que fica em frente ao Wrigley Field, um dos estádios de Baseball mais famosos dos EUA, casa do Chicago Cubs. A área em volta do estádio é recheada de bares.
Chegamos ao bar pouco antes de 8:30pm e a fila já estava meio grande. Conhecemos pessoas que ganharam ingressos em rádio, outros que compraram sua entrada no Craigslist por $900 cada, e outros que tiveram a sorte de comprar pela internet nos poucos segundos em que os ingressos ficaram disponíveis. O público era bem variado, desde o pessoal que acabou de fazer 21 (idade mínima pra beber nos EUA e entrar no show) até os “tiozões” já na casa dos 50.
Foto: Felipe Custódio
Por volta das 10pm, Dave Grohl veio ao palco contar uma história interessante sobre o Cubby Bear, palco do primeiro show de rock ao vivo que ele assistiu.
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A série foi transmitida nas várias TVs espalhadas pelo bar e num telão improvisado no palco.
Assistir a série aqui, foi simplesmente demais. Particularmente pra mim, é muito legal ver eles falando de lugares que eu já fui e moro perto, músicas que eu já ouvi, e de onde veio tudo isso. O público vibrava cada vez que ouviam falar de lugares e pessoas que eles cresceram ouvindo. A história do Blues e da cena punk em Chicago é muito interessante. Ver o vídeo de Something from Nothing no final da série também foi demais. Depois de ter ouvido a música inúmeras vezes, já dava pra cantar junto.
Foto: Felipe Custódio
Logo depois que a série acabou, eles entraram no palco arrebentando com “All my Life”, surpreendentemente seguida por “I’ll Sitck Around”. Dave como sempre com aquele carisma praticamente brasileiro e interagindo bastante com o público. Passando por figurinhas carimbadas dos últimos shows + Up In Arms (dedicada dessa vez a Rick Nielsen). Por mais que eu já tenha ouvido essas músicas inúmeras vezes, a sensação de ouvir ao vivo e em um lugar pequeno, vendo a banda de perto, é única. Ultimamente eles vêm incluído umas seções instrumentais diferentes no meio das músicas. Um plus pros fãs que já conhecem o setlist. No meio do show chegou o momento de Taylor brilhar um pouco e Dave assumir a bateria pra tocar “Stiff Competition”, cover de Cheap Tricks, junto com Rick Nielsen. Dave, como sempre, arregaçando na bateria. O cover de Miss You foi uma parte bem descontraída do show. Muito legal! A última parte do show antes do encore foi cheia de hits dos últimos 19 anos. Destaque pra Walk, The Pretender e This is a Call. Em um ponto Dave foi passando pelo meio da galera pra subir no balcão do bar e mandou uns solos de lá, enquanto Pat arrebentava sua guitarra no palco.
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Nas últimas músicas, Dave notou um relógio que ficava próximo ao teto, virado pro palco e também puxou um coro – “Fuck that clock”. Realmente ninguém queria ir embora. Depois de Best of You, Dave decidiu de última hora pular o break e ir direto pra parte final do show. Jeff Pezzati subiu no palco para cantar um cover do Naked Raygun e depois de Weenie Beenie (fiquei meio triste com essa escolha pra ser sincero) Rick Nielsen voltou ao palco pra tocar o maior sucesso do Cheap Tricks, Surrender.
Logo em seguida Dave anuncia que antes de irem embora, seria justo tocar Something from Nothing. Foi simplesmente demais. Ouvir a primeira apresentação ao vivo do novo single (tirando o David Letterman) foi único. Mais uma vez cantei junto. Depois vem o momento da tristeza. Dave pega a Gibson preta, com a primeira corda afinada em Ré, pra encerrar o melhor show da minha vida com Everlong. Fui embora sem voz, com frio, mas extremamente feliz!
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Setlist:
All My Life
I’ll Stick Around
Rope
Up in Arms
Big Me
White Limo
Arlandria
My Hero
Stiff Competition (Cheap Trick cover com Rick Nielsen e Taylor nos vocais)
Cold Day in the Sun (Taylor nos vocais)
Miss You (The Rolling Stones cover com Taylor nos vocais)
Generator
Walk
Learn to Fly
This Is a Call
The Pretender
Best of You
Surf Combat (Naked Raygun cover com Jeff Pezzati)
Weenie Beenie
Surrender (Cheap Trick cover com Rick Nielsen, riff de abertura de ‘Children of the Grave’)
Something From Nothing (com Rick Nielsen)
Everlong
Fonte: Alternative Nation
Tradução: Stephanie Hahne
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