Foto por Giulio Meliani
Review – Giulio Meliani, Los Angeles – CA
Deixem-me contar talvez uma das histórias mais épicas de todos os shows que eu já tive a oportunidade de presenciar (espero que tenham paciência, mas prometo que a historia vale a pena, risos.)
Tudo começou há alguns dias atrás quando uma rádio local de LA anunciou o que já prevíamos: um show do FF em LA no dia do episódio de Sonic Highways sobre a cidade. O problema foi o “local” anunciado, um lugar super tradicional em Hollywood, mas com um pequeno empecilho: a capacidade. O Roxy deve suportar no máximo umas 400 pessoas. Outro problema, os ingressos não seriam vendidos e sim sorteados para ouvintes (vocês devem imaginar o trampo). Tentei algumas vezes, me inscrevi numa promoção de uma loja de discos daqui também, mas como já previa, não consegui o bendito ingresso do que seria o meu 13° show do Foo Fighters na vida…
Já tinha meio que me conformado com o desastre de não vê-los quando, minutos antes de sair do trabalho, uma pessoa que trabalha comigo (depois de ter ouvido meus lamentos durante o dia todo) me encorajou a tentar ir lá na frente do show e usar meus “skills” persuasivos… haha.
Desde que moro em Los Angeles, nunca perdi um show do Foo Fighters na cidade, e estava determinado a manter esse tabu intacto. (risos). Saí do trabalho às 6 da tarde e me dirigi até o Roxy (mais ou menos uns 20 minutos com trânsito), a essa altura já havia me conectado com um membro do FFBR diversas vezes e ele me disse que a Lena estava já na fila, então nos falamos e ela começou meio que “guardar lugar” por lá. Enquanto isso, minha esposa (peça importante na trama), focava na função de deixar nosso filho de três anos com um amigāo nosso que aceitou o “desafio” de cuidar do figurinha na última hora. Dada as instruções e kit de sobrevivência para nosso amigo, ela também se encaminhou para a frente do Roxy.
Cheguei lá por volta das 6:35 da tarde, a fila estava relativamente grande, mas logo percebi algo. Os seguranças estavam tirando da fila as pessoas que não tinham ingresso, eu, brasileiro que sou, decidi organizar uma fila dos “sem ingressos” mesmo contrariando os seguranças que nos asseguravam que não haveria mais ingressos, inclusive o próprio Taylor e Nate quando passaram por lá – e foram bem atenciosos diga-se de passagem – nos garantiram que estava completamente SOLD OUT.
Circulava por ali o temido e mal encarado, famoso manager do FF. Ele visivelmente tinha algumas “pulseiras mágicas da felicidade”, mas a cara de poucos amigos não encorajava um approach, inclusive alguns tentaram e foram escorraçados por ele durante a noite…
Começa o show, os Foo’s entram no palco as 9 da noite com “The Feast and the Famine”, ouvida de fora por esse que vos fala. Ninguém se dirigia à fila dos esquecidos e lá estávamos nós, perdendo as esperanças, ouvindo os caras destruírem TUDO lá dentro. Com o coração quase saindo pela boca, tomei coragem e sai da fila em direção ao temido manager! rs. Ele andava pela frente do Roxy pra lá e pra cá, me aproximei, dei boa noite e disse que estava lá com mais 2 pessoas (a Lena e minha esposa) representando o FFBR e que não tínhamos ingressos. Ele me ouviu atentamente, mas depois de pestanejar um pouco, me disse que não havia o que fazer, pois havia várias pessoas esperando sem ingresso, foi quando disse que eu havia começado aquela fila dos “esquecidos”. Ele me olhou por alguns segundos e simplesmente virou as costas se dirigindo até a tal fila. Comecei a segui-lo e voltei correndo para meu lugar de origem. O cara se aproximou da gente calmamente segurando no máximo umas seis pulseiras. O povo se alvoroçou como esfomeados na frente de um prato de comida (desculpe a analogia, mas foi bem assim mesmo). Ele calmamente deu a primeira pulseira para uma menina tonta com um cara tosco, depois deu uma pra Lena, e eu, olhando no fundo dos olhos dele, ele me olhou e disse, “This one is for Brazil (Essa aqui é para o Brasil)” me entregando uma pulseira. O alívio foi quase um orgasmo! Os Foo’s tocavam sua segunda música da noite, “Learn to Fly”, quando nos dirigimos à porta para entrar. MASSSS havia mais um pequeno problema: minha digníssima esposa ainda não havia conseguido uma pulseira e, por mais que eu ame os Foos, não entraria no show sem ela. Tentamos engabelar o segurança dizendo que o manager falou que valia para 2 pessoas, mas é claro que não rolou. Nossa única chance era tentar falar com o cara novamente que, a essa altura, já tinha sido quase devorado pelo resto da fila que não conseguiu ingresso.
Chegamos até ele, que se virou com aquela cara de “puta que pariu, o que vocês querem?” e eu falei: Amigo, você me deu uma pulseira mas minha esposa está sem… Ele me interrompeu dizendo: Não tem nada que eu possa fazer, cara, todas minhas pulseiras acabaram.
Foto por Giulio Meliani
Tentei insistir, mas ele só balançava a cabeça negativamente. Foi quando minha esposa usou todo seu charme e quebrou as pernas do grandalhão, haha. Ela disse docemente: Não se preocupe cara, você já foi muito generoso conosco, não tem problema, ele pode ver o show sozinho (com aquele olhar do gato do Shrek). O manager lentamente enfia a mão no bolso e tira uma última pulseira amassada e entrega pra ela… GOOOOOOLLLL DO BRASILLLL!!! =)
Euforicamente, entramos no final de “Learn to Fly”… Daí, tudo que posso dizer é que presenciamos 3h12min de um dos shows mais épicos das nossas vidas. Os Foo’s estavam esplendidos, o set list também foi sensacional (veja abaixo) com clássicas como “I’ll Stick Around”, “Hey, Johnny Park!”, etc… Participações especiais de Perry Farrell do Jane’s Addiction e Joe Walsh. As músicas novas soaram gigantes ao vivo. Do mais, vou deixar minhas fotos falarem por si só. (diga-se de passagem, o iPhone 6 representou nessa tarefa, todas as fotos não foram tratadas e saíram direto do celular).
Ate a próxima FFBR!
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Foto por Giulio Meliani
Review – Lena Baltrušaitis, Los Angeles – CA
Depois de uma espera de quase 3 horas na frente do Roxy Theatre, fomos presenteados com ingressos!
O jeito foi sair correndo e entrar o mais rápido possível porque já tinha rolado The Feast and the Famine e Learn to Fly. Entrei já procurando o lugar mais perto do palco enquanto rolava White Limo e eis que consigo ficar de frente com o Pat!
Como todos sabem, o Dave é um showman e, para agradar, disse que falaria menos para tocar mais, tanto que desceu do palco duas vezes: uma subindo no balcão do bar e, na outra, cantando no meio da galera com uma garrafa de champanhe na mão.
Fora a ilustre participação de Joe Walsh em Outside… e olha que ele tinha um talk box! Curiosamente, o FF tocou Generator. Poderia ter usado né? Mas ok…
Depois entra Perry Farrell loucamente no palco mandando uma que provavelmente é do Jane’s Addiction. Músicas clássicas, covers e quatro do novo álbum, o que dizer?
3 horas de um show perfeito que vou ter orgulho até morrer de dizer que fiz parte e, lógico, dizer que até agora, dos cinco que eu fui, esse com certeza foi o melhor!
Setlist
The Feast and the Famine
Learn to Fly
White Limo
Arlandria
Times Like These
Rope
The Pretender
My Hero
Hey, Johnny Park!
Monkey Wrench
Congregation
Cold Day in the Sun
In the Clear
(Live Premiere)
I’ll Stick Around
Generator
Walk
Outside
(with Joe Walsh)
Rocky Mountain Way (Joe Walsh cover) (with Joe Walsh)
Mountain Song (Jane’s Addiction cover) (with Perry Farrell) (and Joe Walsh)
All My Life
Miss You (The Rolling Stones cover)
Dear Rosemary
Breakdown (Tom Petty and the Heartbreakers cover)
Best of You
Something From Nothing
Under Pressure (Queen & David Bowie cover)
Everlong