Por Steve Baltin, via Rolling Stone
Tradução: Elise Kanashiro
Quando Dave Grohl começou a tocar com o Queens of the Stone Age, o baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, precisava de algo que o mantivesse ocupado, então ele se reuniu com seus velhos amigos Wiley Hodgden e Mick Murphy para formar a banda de covers Chevy Metal. Isso começou, nas palavras de Hawkins, “como uma brincadeira”. Disso, a Chevy Metal evoluiu para, primeiramente, um ato ao vivo que acontecia regularmente e, agora, Hawkins e seus colegas de banda escreveram e gravaram material novo com o nome de “Birds of Satan”, um novo projeto que inclui uma faixa-título de nove minutos e meio escrita juntamente com Grohl e Murphy.
Neste vídeo que documenta a Chevy Metal na estrada, incluindo aparições relâmpago de Eddie Vedder e Perry Farrell, os fãs têm direito de dar a primeira olhada oficial em como está a vida para o baterista dos Foos: tocando covers de suas bandas favoritas, de Van Halen e Queen até Jane’s Addiction. O vídeo é dirigido por Álvaro Farías Riquelme.
Hawkins falou conosco sobre o clipe, estar numa banda com Grohl e o segredo para manter a humildade após dividir o palco com membros do Led Zeppelin e tocar no gramado da Casa Branca.
De onde surgiu a ideia do vídeo?
Desse meu camarada, Hans Hagen, que é um dos meus melhores amigos desde que eu tinha uns cinco anos. Ele transformou a Chevy Metal num veículo para viagens de surf dele. Então ele agendou a primeira viagem ao Chile, que foi quando nós tocamos no Lollapalooza (Kidsapalooza).
Viagens de surf explicariam as aparições relâmpago de Perry Farrell e Eddie Vedder.
Aquilo com Eddie Vedder – ele apenas calhou de estar no lado do palco e eles filmaram para que parecesse que ele estava com a gente (risos). Eu o encontrei algumas vezes. Eu não o conheço tão bem assim, para ser sincero. Perry, nós fomos sortudos o suficiente para encontrá-lo lá. O Lollapalooza é, obviamente, como todos nós sabemos, o bebezinho de Perry, para começar. Vários anos atrás eu fui ao primeiro (Lollapalooza), mas nós fomos sortudos o suficiente para que ele subisse no palco e tocasse Mountain Song conosco e ficasse lá por mais algumas músicas, cantando com a gente.
Como que esse seu outro projeto divertido com seus amigos influencia o Foo Fighters?
Eu não vou chegar e dizer: “ei, eu aprendi esse novo lick do Van Halen, vamos colocá-lo numa música do Foo Fighters”, mas tem a ver com a energia, sobre estar revigorado. O engraçado é que, como nós dizemos, é tudo sobre fazer música com os amigos. Esse é o caráter do Foo Fighters, na verdade. O Foo Fighters é aquele tipo de banda meio que em ruínas, não é Steely Dan. Dave poderia fazer o álbum inteiro sozinho, sem dúvida – obviamente, ele o fez antes. Ou ele poderia entrar numa daquelas bandas perfeitas no estúdio e tocar lá. Mas parte da alegria de estar no Foo Fighters, e isso não é dito, é tocar com os seus amigos e estar junto – nos bons e maus momentos. E é mais ou menos assim que eu me sinto com relação a isso também. É tudo sobre a curtição, o que é muito mais importante do que qualquer outra coisa.
A Chevy Metal vai virar uma banda completa? Vocês entrarão em turnê?
Provavelmente não, eu acho que nós não teremos tempo. E o conceito original, para mim, é que eu pudesse gravar esse disco com esses caras, sair por aí fazendo pequenos e divertidos shows da Chevy Metal e apenas tocar uma ou outra música da Birds of Satan aqui e ali. Essa era mais ou menos a ideia. Algo como o que acontecia em Pasadena quando Van Halen era uma banda de covers e, às vezes, colocava músicas próprias no setlist e não falava para ninguém que estava tocando material próprio e original… As minhas prioridades máximas são minha família e, depois, o Foo Fighters.
Quando as pessoas poderão ouvir a Birds of Satan?
Eu espero que antes do fim do ano; espero que consigamos terminar e divulgar tudo logo.
Você terá tempo para fazer shows one-off* antes que os Foos voltem a todo vapor?
Eu vou ter tempo para isso porque nós, dos Foos, mergulhamos fundo nas coisas e, depois, as deixamos de lado e vice-versa. Há um plano maior para esse álbum dos Foos. Eu não posso te dizer exatamente o que é, mas há um plano maior. Vai ser uma semana aqui e lá e uma semana lá e aqui. Eu vou ter tempo para a imprensa e, possivelmente, shows one-off da Birds of Satan.
N.T.: Show one-off – aquele que só acontece uma vez, não faz parte de uma turnê. É “único”; os próximos shows serão completamente diferentes (se é que existirão).
Tradução