Dave Grohl estreia supergrupo na premiere de Sound City em Sundance.

Diretor sobe ao palco com Stevie Nicks, John Fogerty e outros músicos que participam de seu documentário sobre o estúdio

130119-sound-city-dave-grohl-600-1358605748

Jason Merritt/Getty Images

“Dave Grohl e Nate Mendel tocam no palco na estreia dos Sound City Players no Sundance Film Festival em Park City Live! no dia 18 de janeiro de 2013 em Park City, Utah”.

 

Dave Grohl parecia estar vivendo sua fantasia rock n’ roll na noite passada durante a estreia dos Sound City Players no evento Park City Live, do Sundance Film Festival. Ou pelo menos colocando o “super” do supergrupo.

 

“Será uma noite longa pra cacete – vocês sabem disso, certo?” disse Grohl ao cumprimentar o público antes de trazer 17 músicos ao palco para tocar por mais de três horas: Brad Wilk, do Rage Against the Machine; Alain Johannes, do Queens of the Stone Age; Krist Novoselic, do Nirvana; Chris Goss, do Masters of Reality; Rick Nielsen, do Cheap Trick; Corey Taylor, do Slipknot; Rick Springfield, John Fogerty e Stevie Nicks.

 

“Nós não estamos nem perto, caras”, disse Grohl depois de uma hora de apresentação. “Todo mundo faz um pouco”. Dividido em uma noite de mini-sets apoiados quase inteiramente pelos Foo Fighters (que aparentemente aprenderam a tocar 50 músicas em 10 dias), Grohl guiou o público através de uma história ao vivo dos estúdios Sound City (e seu próprio desenvolvimento musical). Apresentando Lee Ving, ele contou a história de ter ouvido o artista aos 12 anos de idade e “ter descoberto naquele momento que queria ser um músico”. Ou ter ouvido “Surrender” do Cheap Tricks bêbado aos 16 anos.

 

Os artistas participantes, todos os quais já gravaram no Sound City, tocaram sete músicas de seus catálogos, bem como as que gravaram especialmente para o filme – e para o álbum que ainda será lançado – que estreou na sexta-feira no Sundance Film Festival.

 

Springfield botou os heróis da guitarra-aérea no chão em “I’ve Done Everything for You”, “Jessie’s Girl” e sua nova música com Grohl, “The Man that Never Was”. Fogerty arrebentou com uma agressiva “Born on the Bayou”, “Bad Moon Rising”, “Proud Mary” e “Fortunate Son” com Grohl. Nicks cortejou a todos com uma nova canção escrita com Grohl, “You Can’t Fix This” – baseada num poema que ela escreveu depois da overdose sofrida por seu afilhado – e a canção apropriada para o Sundance de “neve cobrindo as colinas” com “Landslide”. O supergrupo surgiu a partir do documentário de Grohl, Sound City, que entra no lendário estúdio de gravações de Van Nuys onde Fleetwood Mac, Tom Perry and the Heartbreakers, Metallica e Nirvana gravaram alguns de seus álbuns mais aclamados.

 

“Eu considero que esta seja a coisa mais importante que eu já fiz, artisticamente, de todos os álbuns que já fiz, de todas as bandas de que já tive o prazer de fazer parte”, disse o diretor de primeira viagem durante a premiere do filme. “Eu realmente acho que a intenção do filme Sound City seja inspirar a próxima geração de crianças a se apaixonarem pela música tanto quanto eu me apaixonei”.

 

Grohl se propôs a contar a história do famoso console do estúdio, Neve 8028, que acabou se tornando uma conversa ainda maior envolvendo o que tornou único o agora destruído estúdio. Ele entrevista os runners, engenheiros, recepcionistas, produtores, e artistas – todo mundo, desde Neil Young até Barry Manilow – sobre por que o som era diferente. Mas além de técnico, o filme explora a vibração idiossincrática de um estúdio que nunca foi particularmente atrativo ou bem administrado.

 

“Foi como um buraco de sorte no universo para um monte de gente”, contou Springfield para a Rolling Stone. “Eu conheci minha esposa lá. Minha carreira começou lá – a carreira de um monte de gente começou lá – neste horroroso complexo industrial em Van Nuys”. “Parecia um trailer duas vezes maior”, Springfield recorda. “Digo, tinha Parkay [uma marca de margarina] no chão, e os banheiros pareciam nunca terem sido limpos. E as pessoas não podiam descontar um cheque até, você sabe, a semana seguinte”.

 

Esta “patina vintage” – eles emendavam as tapes – é claramente parte da atração do estúdio, especialmente em uma era de Pro-Tools e acessibilidade para acelerar e facilitar a tecnologia de gravação. “Quando você começa a falar sobre nivelar a igualdade de condições, e como a tecnologia digital tem transformado todo mundo em fotógrafo, ou editor de filmes, ou em músico, é quase a mesma coisa – tipo, eu fiz um filme. É realmente chocante”, disse Grohl, rindo. Quanto a ele dirigir outro filme, Grohl não se comprometeu mas afirmou, “Eu comecei o Foo Fighters como um hobby, e isso foi 20 anos atrás”.

Tradução: Giovana Moretti
Fonte: Rolling Stone